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Os moluscos têm uma composição frágil, são animais de corpo mole, mas a maioria deles possui uma concha que protege o corpo. Nesse grupo, encontramos o caracol, o marisco e a ostra. Há também os que apresentam a concha interna e reduzida, como a lula, e os que não têm concha, como o polvo e a lesma, entre outros.
Em uma de suas classes temos os bivalvia: São representantes desta classe as ostras, mexilhões e mariscos. Sua concha é dotada de duas valvas. Possuem uma cabeça atrofiada e um pé em forma de martelo. Não possuem rádula. Os pés secretam filamentos para fixação, chamado bisso.
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Um exemplo dessa classe é o Perna perna
Reino: Animalia
Phyllum: Mollusca
Classe: Bivalvia
Ordem: Mytiloida
Família: Mytilidae
Perna perna (Linnaeus, 1758).
Nome comum:
mexilhão
mexilhão marrom
marisco
O tráfico negreiro realizado entre os séculos XVIII e XIX pode ter sido o vetor de introdução de Perna perna na costa brasileira, que teria chegado incrustado no casco dos navios. Muitos navios negreiros que aportaram na Bahia e Rio de Janeiro vinham de locais da África onde se registra a presença de P. perna (Congo, Angola, Moçambique e Tanzânia). No Brasil não foram encontrados registros fósseis consistentes que atestem a existência de P. perna em tempos pré-históricos no Brasil. (Souza, 2003; Souza, et. al. 2004)
Impactos ecológicos:
Esta espécie pode ter causado alterações na estrutura das comunidades nativas brasileiras de costões rochosos no passado
Impacto econômico:
Esta espécie incrusta em substratos consolidados artificiais sendo um componente importante das bioincrustações. Cascos de navios, plataformas de petróleos, entre outros substratos consolidados disponíveis no ambiente marinho, podem ficar totalmente cobertos por mexilhões o que causa a corrosão dos metais e um aumento nos custos de manutenção.
Podem acarretar prejuízos às atividades marítimas, aumentando o arrasto de embarcações e conseqüentemente os gastos com combustível. (Whoi, 1952)
Em instalações fixas, tais como plataformas, a incrustação estimula a corrosão, aumenta a massa da instalação e confere uma distorção da configuração inicial da estrutura. Em instalações flutuantes e bóias de navegação, a bioincrustação atua aumentando o peso e reduzindo a flutuabilidade, entupindo orifícios ou tubulações (Champ & Lowenstein, 1987, Hicks and Tunnel, 1995)
Impacto na saúde:
Há a possibilidade de uma toxinfecção humana através da ingestão de mexilhões contaminados por microorganismos patógenos (Archer & Moretto, 1994)